quinta-feira, 25 de agosto de 2011

CABECEIRAS DE BASTO NOS ANOS 70 DO SÉC XIX - 3

Edifício do mosteiro onde funcionava a Câmara, Tribunal e demais repatições públicas.
(Postal ilustrado de José F. Barroso)




Tem o concelho 3:600 fogos e 14:400 almas (1), aproximadamente, que pagam annualmente, de contribuição predial – 8:493$557 réis – industrial, 1:422$724 réis – sumptuária, 182$802 réis – de registo por título oneroso, 2:835$700 réis – Total – 12:934$783 réis.
Na repartição de contribuições indirectas, estão inscritos 173 (2) contribuintes, com rendimento colectável superior a 60$000 réis.
As causas cíveis regulam por 224 por anno, que, felizmente, quasi todas aqui terminam.
Tem pessoal habilitado para os differentes cargos civis, administrativos e judiciaes, pois há no concelho – oito bacharéis e três médicos; não incluindo neste número, um que reside actualmente em Braga, outro que foi para Fafe, outro, que sendo dos maiores proprietários do concelho, vive hoje fora d’elle.
Afora estes bacharéis, ainda são d´aqui, um juiz do supremo tribunal de justiça e uma lente da universidade de Coimbra (3).


(1) Para a evolução demográfica, transcrevemos dados recolhidos nos censos de 1864 e 1878, de J. da Costa Brandão e Albuquerque, época em que a obra se insere.






Nesta época Cabeceiras de Basto era somente julgado e pertencia á comarca de Celorico de Basto (cabeça de comarca de 2º classe).
Eram freguesias cabeça de distrito de juiz de paz: Arco, Cabeceiras de Basto e Refojos.
Quanto á divisão judicial, Cabeceiras de Basto era já comarca com sede em Refojos.

Da Wikipédia transcrevemos a evolução demográfica do concelho.








(2) O montante do rendimento era condição para se ter direito de voto.

(3) – Aqui está a assunto a desenvolver convenientemente, identificando as pessoas em causa.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

CABECEIRAS DE BASTO NOS ANOS 70 DO SÉC XIX - 2





Esta semana passamos então a transcrever a monografia que deu causa a este pequeno trabalho.
Pode ser encontrada na Biblioteca Nacional, em Lisboa.
Para maior facilidade de identificação, o texto está em itálico e manteve-se a ortografia original.

*
“O concelho de Cabeceiras de Basto está situado em uma bacia, que tem d’estensão 30 kilometros, de N. a S., e, com pequena differença, o mesmo de E. a O., o que dá uma superfície de 900 kilometros quadrados (1).
É actualmente composto de 17 freguesias, que são – S. Jorge, d’ Abbadim; S. Pedro, d’Alvite; S. Martinho, do Arco de Baúlhe; Santa Senhorinha, de Basto; S. João Baptista, de Búccos; S, Nicolau, de Cabeceiras; S. João Baptista, de Cavêz; S. Thiago, da Faia; S, Martinho, de Gondiães e sua annexa, Nossa Senhora dos Remédios, de Samão; Santa Maria-Maior, de Outeiro; Santo André, de Painzella; S. Sebastião, de Paços; Santa Marinha, de Pedraça; S. Miguel, de Refoyos (capital do concelho); Santo André, de Rio Douro; Santo André, de Villa Nume, e S. Lourenço, de Villar
(2) .
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(1) Tem 241,8 km2.
(2) Quanto á composição do concelho, recolhemos das corografias os seguintes dados:
P. António Carvalho da Costa - O concelho tinha 16 freguesias (1706) : Santa Senhorinha, Santiago da Faia ou das bichas, S. Martinho do Arco de Bagulhe, Santo André de Vila Nune, Santa Marinha de Pedraça, S. João de Caves, S. Lourenço de Vilar, S. João de Gundiães, S. André de Rio de Ouro, S. Nicolau de Basto, S. João de Bucos, Santa Maria de Aboim, Santa Maria de Várzea Cova, Santa Maria do Outeiro, Santo André de Painzela e S, Pedro de Alvite.
Pinho Leal : (1874): Abadim, Alvite, Arco, Basto, Bucos, Cabeceiras, Cavez, Faia, Gondiães e Samão, Outeiro, Painzela, Paços, Pedraça, Refojos, Rio Douro, Vila Nuno e Vilar
Eram coutos S. Miguel de Refoios de Basto, actualmente a cabeça de concelho e sede de comarca e Abadim.
Os limites com o concelho de Fafe foram fixados pelo Decreto de 1901 (Américo Costa -1936).
Esteves Pereira e Guilherme Rodrigues (1906) - 17 freguesias: Abadim, Alvite, Arco de Baúlhe, Basto (Santa Senhorinha), Bucos, Cabeceiras de Basto, Cavez, Faia, Gondiães e Samão, Outeiro, Panizzela, Passos, Pedraça, Refojos de Basto, Rio Douro, Vila Nume, Vilar de Cunhas,

Nota: Chegar a cabeceiras de Basto era uma aventura, pois os transportes disponíveis ou eram os que cada um possuía (carroças e/ ou montadas – cavalos, mulas, etc) ou a diligência.
A diligência foi, até à chegada do comboio, o único meio publico de transporte.
A sua paragem era na Boavista.


A diligência na Póvoa de Lanhoso