domingo, 31 de julho de 2011

CABECEIRAS DE BASTO NOS ANOS 70 DO SÉC XIX - 1



Todos os cultores da história local sabem quais as obras de referência a consultar quando se pretende monografar, em traços gerais, uma dada região ou localidade.
São as conhecidas corografias, sendo as mais conhecidas as seguintes:
* “Corografia Portuguesa e Descrição Topográfica” – Padre António Carvalho da Costa, 1868;
* Portugal Antigo e Moderno, de Augusto Pinho Leal, 1873-1890;
* “Dicionário Corográfico de Portugal…”, Américo Costa, 12 volumes, Porto, 1929-1949;
* “Terras Portuguesas”, João Batista de Lima, 8 volumes, 1931;
Refira-se também os vários Censos, as “Memórias Paroquias”, de 1758, e o “Portugaliae Monumenta Histórica” (inquirições).
Existe ainda uma miríade de monografias especializadas, cuja referência extravasa o objectivo deste trabalho.
Quanto ao concelho de Cabeceiras de Basto, não podemos deixar de referir os esforços de Vítor Cunha, a merecerem publicação condigna e, mais recentemente, do Dr. Duarte Nuno Vasconcelos, sobre a freguesia de Cavez.
Mas, saber a que bibliografia recorrer não é o mesmo que a ela ter acesso.
Dificuldade que quem reside no interior do país bem conhece, pois estas obras ou se adquirirem, por quem tiver meios económicos para tal, ou se é obrigado a deslocar ás bibliotecas das grandes cidades, com os custo em tempo e dinheiro inerentes.
Bom seria que as Câmaras Municipais, colocassem nas suas bibliotecas pelo menos cópias dessas obras, assim facilitando a respectiva consulta, o que por certo muito contribuiria para um melhor conhecimento, pelos estudantes e outros interessados, do passado histórico da sua terra.
Tarefa essa hoje grandemente facilitada pelo meios técnicos, como a digitalização.
Um livro de elevada raridade sobre este concelho intitula-se “Descrição Abreviada do Concelho de Cabeceiras de Basto, Principalmente da Freguesia de S. Miguel de Refoyos Sua Capital”, por um cabeceirense, Lisboa, 1874.
A divulgação é essencial ao conhecimento.
Neste contexto, pretende-se somente divulgar a referida obra, transcrevendo-a, facilitando o acesso ao seu conteúdo.
Fria transcrição que se mitiga com o recurso a considerações conexas e a imagens antigas.
Hoje, a história faz-se mais pela imagem do que pela palavra.
O autor não se identifica, mas não ficaria admirado se fosse Jaime d’Abreu.
É certamente alguém ligado à área do direito.
Na próxima semana, vamos então começar a transcrever a obra em causa.